sábado, 16 de janeiro de 2010

projeto sobre uso indevido de drogas na escola

CURSO DE PREVENÇÃO DO USO DE DROGAS PARA EDUCADORES DE ESCOLAS PÚBLICAS
E.E.E.M. MAGALHÃES BARATA
Endereço: Trav. José Pio s/n. Bairro: Telégrafo
INEP - 15577791

Heldiléia Pelaes










Projeto de prevenção do uso indevido de drogas que visam à saúde integral dos estudantes do ensino médio.












Belém-Pa
2009


Introdução

Conhecendo a escola

A Escola Estadual de Ensino Médio Magalhães Barata, localizada à Travessa José Pio s/n, no bairro do telégrafo, no município de Belém, foi criada pela portaria nº 479/2003 – GS de 13 de Maio de 2003. A denominação da escola é justa homenagem ao ex-governador do Estado “Magalhães Barata” que teve muita importância como político na história paraense. Deve-se ressaltar que esta é a segunda vez que o mesmo prédio recebe este nome: “Magalhães Barata”, a primeira era “Colégio Estadual Magalhães Barata” e data de 31 de Janeiro de 1967 na gestão do então Governador Coronel Alacid da Silva Nunes, já em 1998, ela passa a integrar e receber alunos da antiga “escola técnica Estadual do Pará = ETEPA, permanecendo assim, até no dia 13 de maio de 2003, quando passou a chamar-se de “Escola Estadual de Ensino Médio Magalhães Barata”.
Fazem parte do corpo docente 75 profissionais da educação que lecionam para 1200 alunos distribuídos nos três turnos com públicos completamente diferentes. No horário matutino trabalhamos com alunos na faixa etária entre 14 e 17 anos aproximadamente, e pode-se afirmar que a maior parte dos alunos é acompanhada pelos responsáveis no que se refere à vida afetiva, educacional, enfim, social. Isso, por si só, já é considerado um fator de proteção na esfera familiar.
A faixa etária do turno vespertino abrange entre 15 e 20 anos, esses são considerados mais “maduros” para estudarem no período mais concorrido que é o turno da manhã. Falando em maturidade isso é comportamento que poucos têm, nesse turno, Além disso, é freqüente a transgressão de regras de convivência da escola, e em casa as regras não são claras para esses jovens, isso fica evidente quando chamamos os pais para conversar, esses se mostram impotentes e até, muitas vezes aparentam ter “perdido as forças” para educarem seus filhos.
Os alunos com faixa etária a partir de 18 anos, geralmente estudam no período noturno porque trabalham durante o dia.



A proposta pedagógica da escola baseia-se em princípios interdisciplinares, isso na teoria, porém no cotidiano escolar o principio norteador é a divisão em disciplinas, cada um age isoladamente, e a função de formar equipe é extremamente difícil, mas não é impossível.
Por conta desse isolamento dos profissionais da educação da Escola Magalhães este projeto será um desafio, pois as prioridades serão a cooperação, o dialogo, a solidariedade e o espírito critico.
Diante dessas circunstâncias e para que possamos atingir nosso propósito de intervenção projetado para reduzir “fatores de risco” de abuso de drogas e aumentar “os fatores de proteção” à saúde integral é que idealizamos esse trabalho que será integrado a um projeto que já existe na escola que é a Feira Cultural.
Nessa feira, apesar de ser um projeto que envolve toda a escola, os professores geralmente escolhem um tema aleatório distribuídos por turma. Cada turma apresenta o resultado de suas pesquisas no dia da apresentação, os temas são escolhidos poucos dias antes do evento, vale ressaltar alguns temas desse ano: música, língua parauara, bar, etc.
Como se pode perceber são projetos disciplinares, individuais e que evidenciam formas pedagógicas tradicionais.
Desta forma, faz-se imprescindível contextualizar a adolescência que integra a Escola Magalhães Barata, os riscos existentes para adolescentes que possuem envolvimento com drogas ou não, assim como as medidas protetivas possíveis para esses adolescentes
A adolescência é uma das etapas do desenvolvimento humano caracterizada por alterações físicas, mentais e sociais, que recebem interpretações, significados e tratamentos diferentes, dependendo da época e da cultura na qual o indivíduo está inserido.
Pesquisamos nossa realidade por meio da observação direta, do dialogo, da pesquisa documental, além de entrevistas com as famílias. Fizemos uma reflexão sobre as informações obtidas isso nos levou a acreditar que os seguintes fatores de risco podem e/ou levam os jovens da escola a adentrar no mundo das drogas:
O empobrecimento, a violência, além da disponibilidade de acesso às drogas são fatores presentes na realidade da escola, tudo isso aliado a baixa auto-estima, conflitos familiares e violência doméstica, fracasso escolar, falta de envolvimento afetivo com a comunidade, falta de consciência dos efeitos das drogas e ausência de participação e de projeto de vida.
Garantir que o adolescente tenha uma saúde integral é papel da escola contribuir para que se concretize tal fato. Para isso é fundamental que a escola tenha capacidade de enfrentar os desafios, e o maior deles é conseguir realizar ações em conjunto integradas a aspectos individuais, sociais e institucionais. Faz-se necessário um breve comentário a respeito da realidade da escola, ela não é diferente de outros centros urbanos nos quais crianças, adolescentes e jovens estão expostos às mais variadas formas e graus de violência ao redor da escola, isso é reflexo da carência de espaços públicos e coletivos de lazer, entre outras coisas.
A nossa ação terá alguns pontos a serem abordados e que se justifica, pois a nossa realidade carece de ações que contemplem o lazer, a informação sobre o uso indevido de drogas tanto para pais como para alunos, o esporte, e a baixa auto-estima por conta do fracasso escolar.
Esses rumos que daremos ao nosso projeto são relevantes, pois nossa realidade apresenta-se desprovida de qualquer ação nesse sentido. Os discentes são extremamente carentes, que muitos preferem não progredir, “mão passar de ano” e “tiram notas baixas de propósito” só para continuarem recebendo os auxílios financeiros oferecidos pelo governo e também poderem usar a “carteirinha de meia-passagem” que lhes garante 50% de descontos no transporte urbano.
Portanto a implementação desse projeto vai além de um trabalho disciplinar, pois seria o primeiro passo para implantação de uma cultura de cooperação entre os implicados no processo educativo – dentro e fora da escola.
Comecemos então a descrever as ações desse trabalho.
Objetivos
O objetivo geral mais importante da estratégia de intervenção que propomos é a promoção da auto-estima do estudante, além de uma mudança de atitude com relação às drogas e o seu consumo. Dessa forma, o projeto de intervenção visa proporcionar aos jovens e aos pais recursos teóricos e técnicos sobre o uso indevido de drogas e ofertas alternativas de promoção da saúde.
Os objetivos específicos a serem alcançados seriam:
* Sensibilizar os pais para a necessidade e convivência do trabalho de prevenção.
* Modificar suas próprias atitudes e condutas com relação às drogas legais por meio de rodas de conversas que possam auxiliar os filhos no desenvolvimento integral.
* Levá-los (os pais) à aprendizagem de recursos de conduta para melhorar a qualidade da educação realizada na família.
* Sensibilização dos professores.
* Aquisição de informações básicas sobre drogas para os professores.
* Formação para a elaboração planejamento e aplicação de projeto.
* Seleção de matérias e elaboração de materiais a serem utilizados pelos professores.
* Informar e formar e alunos sobre a prevenção do uso de drogas.
* Proporcionar a possibilidade de eventos que possam intervir na auto-estima dos estudantes do ensino médio.

Metodologia
Ações para a concretização do projeto
É bom enfatizar que acataremos algumas sugestões inscritas no livro “Conhecer e educar para prevenir” de Diego Macià Antón, isso não significa que vamos utilizá-lo como receita a ser seguida fielmente, faremos as devidas adaptações, visto que somos conhecedores de nossa realidade.
Plano de ação I - Formação dos pais (duração: de 10 a 20 horas)
A intervenção se inicia com uma avaliação que nos permitirá conhecer o nível de informação, as atitudes e os hábitos dos pais com relação às drogas e também as habilidades de que eles dispõem para enfrentar seu trabalho educativo. Ao lado das informações referentes a drogas, seu modo de ação, razões para seu uso e fatores sociais que o facilitam ou inibem, ressaltar-se-á ainda a importância de manter abertas certas linhas de comunicação, incluindo-se o treinamento em habilidades de resolução de problemas, a elaboração conjunta (família-escola) de estratégias para prevenir o fracasso escolar, envolvimento de pais e professores nas atividades de lazer e cultura, etc.
O passo inicial a ser realizado será um encontro com pais e alunos que já acontece na escola no inicio do ano letivo, é a chamada aula inaugural será o primeiro encontro que chamaremos de “roda de conversa” com os pais e terá o objetivo de conscientizá-los de que são imprescindíveis para evitar que seus filhos se iniciem no consumo de drogas, além de sensibilizarmos e apresentarmos o projeto que será implementado durante o ano letivo de 2009 é terá a culminância na feira cultural.
O segundo encontro com os pais será no final do segundo bimestre nesse momento continuaremos as discussões sobre o processo de intervenção no contexto familiar, o terceiro momento de conversa com a família será terceiro bimestre e no final do ano de 2010 será realizada a avaliação do projeto com a presença de todos os segmentos envolvidos no projeto.
As rodas de conversas com os pais terão “dicas” de atuações educativas a serem desenvolvidas por eles no contexto familiar, no sentido de evitar que os filhos se iniciem no consumo de drogas, orientando-os basicamente pelos seguintes itens:
1 Por meio do exemplo pessoal
2. Buscando um clima de comunicação na família
3 Utilizando a negociação na resolução de conflitos familiares.
4 Trabalhando pelo crescimento pessoal de nossos filhos.
5 Exercendo um controle e uma direção na educação.
6 Dispondo de informações.
5 Exercendo um controle e uma direção na educação.
6 Dispondo de informações.
7 Ocupando-se de seu lazer.
8 Participando de ações de prevenção na comunidade.
9 Educando para a responsabilidade.
10 Acompanhando seu rendimento escolar.

Plano de ação II – Formação dos professores (duração de 5 horas)
O primeiro encontro com professores será no início do ano letivo de 2010, no II Simpósio da EEEM Magalhães Barata, nesse evento pedagógico além de palestras oficinas, avaliações das ações do ano anterior, também é realizado o planejamento pedagógico do ano letivo. Nessa ocasião faremos a senbilização e apresentação do projeto que será realizado durante o ano letivo.
Apresentaremos a dinâmica do projeto por meio de uma palestra que terá como conteúdo os seguintes pontos:
- Conceitos básicos sobre drogas e incidência do consumo no país.
- Causas da iniciação ao consumo e abuso de drogas.
- A família como agente de prevenção.
- Aprendizagem de habilidades de comunicação e resolução de problemas.
Após essa interação serão planejadas ações integradas com as disciplinas de cada professor, na qual serão abordados assuntos referentes à prevenção do uso de drogas pelos adolescentes, nesse planejamento cada professor pode sugerir ações pedagógicas com o objetivo de envolver o aluno para um trabalho integrado que terá um momento de apresentação de tudo o que foi produzido por ele, com a mediação do professor, na feira cultural.

Plano de ação III – Intervenção com os alunos
Eixo norteador: Conhecimento cientifico e ofertas alternativas de lazer e cultura.
Ações:
- Organização de oficinas e debates com profissionais de saúde.
Os responsáveis em organizar essas oficinas e debates será a equipe de coordenação pedagógica, após conversa com os professores a respeito dos assuntos a serem abordados por profissionais convidados para ministrarem essas ações.
Os debates serão realizados no primeiro bimestre e no segundo bimestre, os quais terão o objetivo de dar suporte teórico aos alunos, a fim de poderem realizar a síntese do que aprenderam na feira da cultura, na qual utilizarão além da criatividade, a teoria sobre drogas.
- Atividades de monitoria.
Visto que a incidência de repetência e evasão na escola Magalhães Barata é de aproximadamente vinte por cento, atividade de monitoria se justifica e poderá ser implementada sem a utilização de recursos financeiros, pois os próprios alunos das turmas poderão integrar a equipe que auxiliarão alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem.
Nesse projeto os alunos que se destacam nas disciplinas auxiliarão os outros a fim de superarem as dificuldades encontradas. Para isso os alunos monitores receberão orientação das coordenadoras pedagógicas e dos professores antes de começarem o desafio proposto.
Esse projeto de monitoria será realizado durante todo ano de 2010, no contra- turno, por exemplo, aluno que estuda no período da manhã será atendido para acompanhamento pedagógico à tarde e vice-versa. A proposta é que os encontros para acompanhamento pedagógico sejam realizados duas vezes por semana.
As atividades abaixo correspondem a ofertas alternativas de cultura e lazer que serão oferecidas aos alunos durante o período letivo de 2010.
- Visitas a laboratórios da Universidade Federal do Pará.
Essas visitas terão como organizadora a professora responsável pelo laboratório multidisciplinar, pois ela trabalha com projetos interdisciplinares com professores de todas as áreas de conhecimentos da escola. Além do mais, a docente citada é servidora dessa universidade e tem acesso a esse laboratório e consegue por meio de parceria com a universidade transporte para o deslocamento dos alunos.
- Visitas ao Planetário da Universidade Estadual do Pará.
Essas visitas terão como organizadora a coordenação pedagógica, a vice-direção e os auxiliares de disciplina, e serão agendados de acordo com a disponibilidade do planetário. O transporte para esse evento ficará sob a responsabilidade da professora do laboratório multidisplinar.
Os alunos serão selecionados com a ajuda dos professores e de acordo com os conteúdos ministrados.
- Torneios esportivos.
Basicamente serão torneios de futsal masculino e feminino, pois a infra-estrutura da quadra não permite outros tipos de eventos esportivos.
A seleção dos alunos será feita pelos professores de educação física que conhecem as aptidões esportivas dos jovens. A preparação para a competição será realizada no decorrer do ano nas aulas de educação física e culminarão na semana dos jogos realizada no 3º bimestre letivo.
- Atividades de lazer:
Passeios a piscinas.
Serão quatro por ano no final de cada bimestre, mais uma vez contaremos com a participação da professora do laboratório multidisciplinar, que tem acesso ao transporte e também a entrada a piscina do sindicato dos servidores da UfPa. Os alunos poderão se inscrever livremente e contarão com a presença das coordenadoras pedagógicas, inspetores e vice-direção que estarão coordenando esses passeios, além dos professores que terão liberdade para participarem desses eventos extraclasse.
Caminhada ecológica
Serão duas caminhadas, uma ao final do primeiro semestre e a outra no final do segundo semestre. As responsáveis pela caminhada serão as coordenadoras pedagógicas e vice-direção. Essas caminhadas têm como instrutor um membro do batalhão ambiental, que acompanha o grupo e ao mesmo discorre sobre assuntos de preservação ambiental. No decorrer da caminhada pela trilha ecológica, vão sendo observado os lagos que abastecem de água, a grande Belém.

Considerações finais
Garantir que o adolescente tenha uma saúde integral é papel da escola e para que se concretize tal fato é fundamental que a escola tenha capacidade de enfrenta os desafios, e o maior deles é conseguir realizar ações em conjunto, integradas a aspectos individuais, sociais e institucionais.
E esse é um objetivo que assumimos, pois a proposta prevê ações que envolvem a prevenção do consumo de drogas que tem como intenção a promoção da saúde integral para jovens inseridos em um bairro periférico, por meio de ação e intervenção preventiva diante do problema das drogas no contexto familiar e escolar.
Com a concretização desse projeto pretendemos minimizar os fatores de riscos freqüentes na nossa realidade tais como: fracasso escolar, falta de opção de lazer, falta de informação, baixa auto-estima por conta do fracasso escolar, autoritarismo ou passividade e permissividade dos pais.
Acreditamos, portanto, que a efetivação das ações planejadas propiciem mudanças significativas dos aspectos do contexto familiar no que se refere a relação entre pais e filhos que consideramos ser um dos fatores de risco. Outro resultado positivo será fazer com que os adolescentes tenham uma atitude favorável à manutenção da saúde e ao não consumo de drogas e aprenda a comportar-se com independência em relação ao que o meio social lhe oferece.
Em suma, todos esses resultados que poderão ser alcançados, vão caminhar integrados a uma proposta pedagógica da escola que é a feira cultural, na qual todos se envolvem com os mesmos objetivos.








Bibliografia
BECKER, D. O que é adolescência. São Paulo: Editora. Brasiliense, 1994.
Curso de prevenção do uso de drogas para educadores de escolas públicas/ Secretaria Nacional Antidrogas, Ministério da Educação; Brasília, 2008.

Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA - Lei 8069 de 13 de julho de 1990.

MACIÀ ANTÓN, Diego. Drogas: conhecer e educar para prevenir. São Paulo: Scipione, 2000.






















Anexo
Resumo dos itens a serem abordados nas rodas de conversas com os pais
1 Por meio do exemplo pessoal
Os pais devem dar o exemplo de seus próprios hábitos de consumo de certas substancias, mantendo-se coerentes com suas palavras e oferecendo uma educação que revele valores opostos aos que o mundo da droga proporciona ao jovem, mostrando esforço pessoal, interesse pelo trabalho e pela cultura, senso de responsabilidade, de solidariedade, etc.
Não podemos criticar o consumo de drogas ilegais se nós consumimos álcool ou tabaco em excesso e se recorremos a comprimidos diante do menor problema. Dificilmente podemos favorecer o desenvolvimento de atitudes positivas com relação a uma forma de vida saudável se nosso comportamento não for coerente com essas atitudes.
O exemplo e a conduta dos pais vão conformando a personalidade da criança. Portanto, a maturidade pessoal dos pais e clima emocional da família influenciam a personalidade do filho, tanto quanto ou mais do que as explicações que lhes possam ser dadas. O que mais educa não são as palavras, mas o ambiente familiar global, a atmosfera que se cria na família; são as relações entre os pais, a forma de responder a certos conflitos, o modo de ver as coisas, as atitudes transmitidas, as reações diante das dificuldades.
Está comprovado que as bases mais sólidas da educação se estabelecem com a observação/imitação do comportamento dos pais por parte dos filhos. Esse comportamento continuamente observado serve de modelo para definir um guia de orientação do desenvolvimento da personalidade dos filhos. Logicamente, cada jovem é uma pessoa distinta e nem tudo o que é observado nos pais será imitado e interiorizado por todos os filhos. O interesse pelo trabalho e pela cultura, o senso de responsabilidade, o ímpeto de superação pessoal, o respeito aos outros, a solidariedade para com os mais necessitados, o reconhecimento do valor do esforço pessoal, etc., tudo isso educa na medida em que seja apresentado por um modelo que pratique esses comportamentos habitualmente e nada vale quando se reduz a conselhos grandioloqüentes lançados aos filhos.
2. Buscando um clima de comunicação na família
O empenho dos pais em conseguir um ambiente familiar que favoreça uma comunicação ampla e sincera entre todos possibilitará diminuir as tensões na família e prevenir situações de isolamento dos filhos, permitindo assim identificar situações de risco – momentos de frustração, depressão, etc. – e dispor de informações sobre os ambientes e companhias que o jovem freqüenta.
É importante criar situações de comunicação com os filhos. Nos momentos de jogos, de diálogo, de diversão, de relaxamento, irá desenvolver-se um clima de confiança mútua e de comunicação. Essa comunicação constante nos permitirá de bater e discutir pontos de vista e problemas, de modo que nossos filhos também se tornem mais receptivos a nossas idéias e opiniões. Muitos conflitos familiares têm origem na falta de comunicação.
A comunicação não é um conceito vago. Ela deve ser entendida como um conjunto especificável de intercâmbios de condutas verbais e não-verbais. As pessoas se comunicam para transmitir sentimentos ou emoções, solicitações ou elogios, falando, sorrindo, gritando, gesticulando e chorando, etc. Para que o intercâmbio de mensagens entre quem ouve – receptor – e quem fala - emissor – flua de modo apropriado e direto, são necessárias habilidades de expressão e de recepção, que devem portanto ser aprendidas e praticadas pelos pais. A falta de habilidade tanto para receber como para transmitir mensagens pode atrapalhar o processo de comunicação e favorecer o surgimento de conflitos.
Os problemas mais freqüentes de quem fala são:
1. A própria inibição da emissão. Especialmente quando as relações já estão um tanto deterioradas, é frequente que não se expressem sentimentos nem solicitações, por medo das conseqüências de uma comunicação direta e honesta.
2. Comunicação inadequada à consecução de um objetivo. O pai pode ter o objetivo de expressar compreensão por algo que tenha ocorrido, mas o faz num tom de voz alto e com gestos bruscos, levando o filho a perceber a mensagem de maneira muito diferente.
As inadequações por parte de quem escuta são:
1. Falta de habilidade para ouvir ou dar atenção às mensagens dos outros.
2. Dificuldade para reconhecer e receber condutas ou mensagens positivas. A interação pode estar tão deteriorada que cada um tenha se transformado num estímulo discriminatório apenas para o que é aversivo. Assim, as condutas e mensagens positivas não são reconhecidas.
No que diz respeito à mensagem, o requisito fundamental é que ela seja reconhecível e comunicável, portanto expressa em termos objetivos. Assim, por exemplo, quando um pai diz ao filho “eu gostaria que você fosse mais responsável”, é difícil saber exatamente o que ele está pedindo; se ele disser “ eu gostaria que você não chegasse depois da meia-noite”, talvez a mensagem produza mais efeito.
A primeira forma tem um conteúdo subjetivo, difícil de concretizar; a segunda permite saber realmente o que o pai espera e qual é o problema concreto. 3 Utilizando a negociação na resolução de conflitos familiares.
Na família, a disputa gira quase sempre em torno de uma queixa ou solicitação de mudança de uma pessoa (pai e/ou mãe) com relação à conduta de outra (filho/filha).
Começar sempre por algo positivo (se possível). Isso facilita a receptividade do outro e sua cooperação. Todos nós temos dificuldade em aceitar críticas, e começar uma negociação criticando pode suscitar no outro condutas de defesa e de contra-ataque, distanciando-nos do objetivo de chegar a uma solução pactuada. Por exemplo:
Pai: “Vamos conversar. Reconheça que você mente muito. Está sempre nos enganando...”
Filho: “Já vai começar de novo! E você, quando vai cumprir as suas promessas?”
Pode ser mais eficaz começar a conversa assim:
Pai: “Sei que você estudou muito esta semana, eu percebi, mas não gostei de você mentir dizendo que já terminou as tarefas para poder sair no fim de semana.”
Se a crítica for precedida por algum aspecto positivo, ela será mais bem aceita.
Ser especifico. O objeto de discussão, o problema que queremos abordar, deve ser descrito com clareza, evitando ambigüidades. É preciso saber do que se está falando para que se estabeleça uma comunicação clara e precisa.
Também devem ser evitados os termos provocativos ou dicotômicos: “você é uma coisa...”, “você sempre comporta...” “você nunca me...”, que nos distanciam da objetividade da negociação.
Do mesmo modo, devem ser evitadas as inferências ou interrupções da conduta do outro (“está dizendo isso porque no fundo você acha que...”), sendo importante falar só do que pode ser observado.
Discutir só um problema por vez. Deve-se evitar ir introduzindo no debate outros problemas que compliquem o processo de negociação.
Discutir os sentimentos. Uma boa comunicação entre as pessoas, com o fim de abordar um problema e resolvê-lo, implica compartilhar sentimentos e admitir claramente qual é a conduta do outro que os motiva.
Admitir se papel no problema que está sendo discutido. Cada um deve aceitar sua possível responsabilidade no conflito em questão.
Ser breve na definição do problema que dá motivo à disputa. Convém evitar excesso de referencias ao passado e perguntar reiteradamente sobre as causas do que já aconteceu.
Concentrar-se na busca de soluções. Uma vez definido o problema nas condições expostas anteriormente, é preciso dedicar o mesmo, ou até mais, a se indagar se o conflito tem solução e, entre todas as possibilidades, qual seria a melhor para todas as partes. Em muitas negociações, não se chega a pensar nisso.
Oferecer ajuda no processo de mudança de conduta do outro e mostrar disposição para a reciprocidade (“você se sacrifica nisso, eu me sacrifico naquilo”). A cooperação e o compromisso de uma das partes estarão em função da ajuda e compromisso da outra.
Analisar as vantagens e desvantagens das soluções possíveis.
Os acordos de mudança deverão ser muito específicos da maneira clara. É importante, também, que se esclareça quando se espera que essas mudanças ocorram e com que freqüência. A ambigüidade traz o risco de mal-entendidos e de que os acordos não sejam cumpridos.
4 Trabalhando pelo crescimento pessoal de nossos filhos.
A adolescência supõe inicialmente um continuo conflito entre a dependência familiar e as novas demandas de independência que surgem. O grau de dificuldade para que o jovem alcance uma verdadeira independência com relação aos pais dependerá de aspectos sociais. Mas em grande parte também das práticas educacionais e dos modelos de conduta dos pais e da interação com os colegas.
Educar é ajudar a ser livre. Os filhos, ao chegarem à adolescência exigem autonomia cada vez maior, começam a ter próprios critérios e querem que eles prevaleçam, muitas vezes contrapondo-os aos dos pais. Dirão que não têm liberdade em casa, ao passo que os pais a têm em excesso.


Nesse momento, o problema é saber em que se deve ceder e em que se deve impor autoridade.
A liberdade do homem consiste um poder decidir. É importante criar um clima de liberdade para os filhos desde muito cedo. Primeiro, deve-se fazer com que eles exercitem a capacidade de escolher em pequenas coisas, que podem nos parecer até insignificantes, e sempre tentando levá-los a raciocinar sobre as razões porque estão decidindo uma coisa ou outra. Num ambiente familiar adequado, de compreensão e respeito, as escolhas acertadas serão reforçadas e os pequenos erros, conseqüências de uma decisão incorreta, serão relevados, exigindo-se de maneira carinhosa e sem autoritarismo uma nova escolha que seja mais adequada. Não se deve desistir diante da primeira dificuldade.
Se tomarmos constantemente todas as decisões, faremos com que nosso filho seja incapaz de decidir o que quer que seja. Impondo sempre nossos critérios, temendo que nosso filho tome decisão errada, criaremos uma relação de dependência nociva para ele, que sempre irá necessitar de nossa aprovação para tomar qualquer iniciativa. Estaremos dificultando que ele aprenda a tomar decisões por si só, que vá configurando seus próprios critérios e exercendo sua responsabilidade pessoal.
Portanto, é importante criar as condições para que nossos filhos venham aos poucos tomando decisões sozinhos. É preciso aceitar que eles são diferentes de nós, que têm ideias próprias, muitas vezes contrárias às nossas. É preciso ajudá-los a serem livres e admitir que exerçam essa liberdade.
5 Exercendo um controle e uma direção na educação.
Com respeito às relações pais-filhos e ao desenvolvimento da independência, o fator mais importante é a predisposição dos pais buscarem um equilíbrio entre o autoritarismo e a excessiva permissividade.
6 Dispondo de informações.
É fundamental dispor de informações sobre as causas do consumo e dos efeitos das diferentes drogas, informando os filhos dentro de um clima familiar adequado, com objetividade e sem recorrer desnecessariamente ao argumento catastrofista das conseqüências do consumo de drogas. Um assunto complexo como esse deve ser abordado com veracidade e confiabilidade. Em família, devemos falar abertamente sobre o tema das drogas, podendo servir de pretexto as noticias que freqüentemente aparecem nos meios de comunicação, mas sempre adaptando as informações à idade de nossos filhos.
É importante estarmos informados sobre os efeitos da diferentes drogas e particularmente, sobre certos aspectos que possam nos levar a perceber se nosso filho está começando a consumir. Só podemos identificar o problema a tempo de ainda buscar uma solução rápida e definitiva. Se atuarmos com serenidade e evitando atitudes hostis, poderemos intervir logo no início. Evitando assim consequências mais graves.
7 Ocupando-se de seu lazer.
É importante mostrar interesse pela maneira como nossos filhos empregam seu tempo livre, conhecer os ambientes que eles freqüentam e falar com eles sobre o grau de satisfação que estão sentindo.
Além disso, devemos tentar ocupar-nos de seu lazer, estimulando atividades como esportes, colecionar objetos, participar de associações juvenis, organizações humanitárias, etc.
A tendência das sociedades modernas é aumentar cada vez mais a possibilidade de desfrutarmos de tempo livre. Como na dissemos, o jovem emprega esse tempo fundamentalmente no lazer passivo, como ver televisão, ouvir música, conversar com os amigos freqüentar baladas. As atividades mais intelectuais, culturais e esportivas ocupam tempo secundário.
Ocupar-se de nossos filhos implica também a preocupação de conhecer seus amigos e os pais desses amigos. De modo geral, esses pais devem ter as mesmas preocupações que nós com a educação e as influências dos grupos que seus filhos freqüentam. Assim, estabelecer uma rede de comunicação entre os pais pode ser importante como instrumento de maior controle social e ser útil para nos mobilizar e evitar que nossos filhos se “metam em encrenca”. Essa rede pode ser propiciada, por exemplo, pela escola.
8 Participando de ações de prevenção na comunidade.
É importante participar na própria comunidade de todas as atividades destinadas a corrigir os problemas sociais que estão por trás da dependência de drogas.
Como vimos no capitulo anterior, há situações sociais de risco que, em principio, parecem estar fora do campo de influência da família e sobre as quais não podemos atuar diretamente. Sabemos, no entanto que elas repercutem na vida dos membros da nossa família, fundamentalmente sob a forma de carências sociais ou falta de alternativas saudáveis.
A participação social dos pais em todo tipo de associações (culturais, beneficentes, políticas, de pais de alunos, esportivas, de consumidores, de bairro, de vizinhos, etc.) ajudará a atingir e melhorar as condições de vida do bairro ou da própria cidade. Assumimos assim um papel ativo na organização de todo tipo de atividade e na reivindicação de mudanças em nosso ambiente. Com nossa participação no fomento dessas organizações nossos filhos também poderão assumir posições sociais ativas na comunidade e se integrar em associações recreativas, esportivas e culturais próprias de sua idade, que proporcionem uma alternativa saudável para ocupar o tampo livre.

9 Educando para a responsabilidade.
Educar para ser responsável implica desenvolver gradualmente no jovem uma capacidade pessoal para detectar os perigos e tomar decisões adequadas.
Vamos considerar uma estratégia geral que seja útil para de abordarem alguns dos problemas presentes nas relações com os filhos adolescentes e, especialmente, o problema de dependência de drogas. Concretamente, o que propomos é que você adote uma atitude geral diferente ao definir suas obrigações na relação com seu filho. Se a tarefa de educar é complexa e pesada, tente aliviar sua carga de responsabilidade.
Pense que muitos dos problemas que você tem com seu filho talvez se devam, entre outras coisas, à sua intenção de governar, controlar ou dirigir a vida dele. Isso, no entanto, é fundamentalmente tarefa dele mesmo. É a vida dele.
O importante é começar a aprender a assumir responsabilidades. Isso exige que os pais também estejam dispostos a ceder essas responsabilidades. Amar um filho não é apenas lhe proporcionar um certo bem-estar físico. É sobretudo lhe dar oportunidade de aprender, de se desenvolver como pessoa, e para isso é fundamental deixar que ele exerça sua capacidade de tomar decisões e seu direito até mesmo de se enganar. Comece a dar valor às respostas individuais de seu filho, à sua forma de atuar, sinta-se satisfeito com a capacidade que ele tem de tomar decisões sozinho.
Certamente, alguns pais verão seus filhos tomarem decisões que lhes trarão algum dano, mas é preciso deixar que as tomem, pois faz parte inevitavelmente dessa aprendizagem.
No entanto, admitimos que, de fato, existem perigos no mundo do jovem, e alguns muito sérios – riscos de assaltos, violações e até assassinatos -, e é exatamente por isso que o jovem precisa aprender a ser responsável por seus atos o quanto antes. A melhor proteção dele é o bom senso, pois você não estará sempre presente. É preciso que ele saiba detectar os perigos e, diante deles, tomar as decisões adequadas.
O mais perigoso é que um excesso de dependência leve o jovem a pensar que os pais estarão sempre velando por ele e a não assumir a responsabilidade por si mesmo vivendo num mundo de falsa segurança. Assim, deixe que seu filho aprenda a tomar as próprias iniciativas para se proteger.
10 Acompanhando seu rendimento escolar.
Já comentamos anteriormente a relação entre fracasso escolar e iniciação ao consumo de drogas. Os pais têm um papel fundamental a exercer com relação ao desempenho do jovem na escola. É importante que eles se interessem pelos estudos do filho, por suas notas e que estejam atentos aos problemas que possam surgir.
As condições básicas para que o jovem cumpra com êxito a tarefa de aprender são:
- Dispor de uma série de aptidões e de uma capacidade intelectual suficiente.
- Ter uma atitude positiva diante dos estudos, ou seja, ter interesse, estar motivado e sentir necessidade de êxito e de auto-superação determinam a disposição, o esforço e a persistência na aprendizagem.
- Ter uma certa quantidade de conhecimentos prévios.
- Conhecer uma técnica eficaz de estudo que permita a utilização dos recursos intelectuais de que dispõe.
A ação educativa coordenada de pais e professores tem efeito direto sobre o estudante, protagonista do processo de ensino-aprendizagem. Os pais podem influir decisivamente sobre todos os elementos necessários decisivamente sobre todos os elementos necessários para o bom desempenho escolar.
A atividade intelectual requer, em primeiro lugar, uma condição física e mental adequada.
Uma condição mental e afetiva correta que repercuta positivamente no rendimento escolar do jovem está diretamente ligada ao seu grau de integração pessoal, familiar, escolar e social. A família deve proporcionar ao jovem um ambiente de segurança, alegria, compreensão, em que ele receba estímulo e ajuda. O ambiente familiar deve conjugar autoridade, disciplina e exigência a compreensão, tolerância e dialogo.
O papel dos pais é fundamental no que se refere à motivação e à aquisição de hábitos corretos de estudo.
A motivação é a força interior que impede o individuo a realizar uma tarefa de forma correta, com esforço e sem animo. Inicialmente, o jovem tem motivação para executar as tarefas escolares por suas conseqüências agradáveis: admiração dos pais, elogios dos professores, ausências de castigos e criticas. Mas tarde, aparecerão outros motivos, como satisfação de aprender, busca de um desenvolvimento pessoal, etc.
Estudar é um esforço sistemático para compreender, fixar e recordar os conteúdos de aprendizagem, utilizando técnicas adequadas. Na escola, junto com os conteúdos, os professores ensinam estratégias e métodos de trabalho intelectual (destaque dos conteúdos fundamentais, elaboração de esquemas e resumos, etc.), ou seja, ensinam a estudar.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

video sobre educação ambiental

Sou professora Heldileia Pelaes, trabalho no momento na Escola Estadual Renato Guillobel como alfabetizadora e também na Escola Estadual Magalhães Barata no cargo de Técnico em Educação. Neste blog vou compartilhar minhas experiências pedagógicas, textos interessantes, fotos, fatos,etc.